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O Diário de j. Hudson

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Mensagem por Jake Fitzpatrick Qui Fev 16, 2012 9:05 pm





j. hudson

o diário de j. hudson, capítulo um, o prólogo;

    “Naquele dia, ao chegarmos, recebemos a notícia da morte de Didier Fitzpatrick. Minha companheira, Isabelle, ficou ainda mais devastada do que eu. Vagamos pela cidade portuária em completo estupor. E mesmo assim, enquanto nos afastávamos do mar, subindo as ruas estreitas e tortuosas, percebemos todas as mudanças que estavam acontecendo ali – novos bares e cafés nunca antes vistos naquela vizinhança, luxuosos bistrôs de veraneio, inclusive um castelo branco miniatura com quatro torres falsas – tudo podendo assinalar o novo espírito por vir. O sol brilhava forte. Entramos num desses novos restaurantes e nos sentamos numa mesa com vista para um pequeno pátio.”
    “Sabendo que era um dia para absorver a vida em toda sua plenitude, Isabelle aceitou sem hesitar o convite do garçom para participar do leilão de borboletas. Observei com orgulho minha amante havia mais de três anos atravessar a passos ágeis as portas de vidro, em seu vestido de veludo negro, e parar majestosa ao lado da pequena mesa armada no pátio. Enquanto assistia com lágrimas nos olhos, Isabelle, sorrindo para as pessoas paradas ali, enfiou a mão em uma das três jarras grandes à sua frente e, ali, brilhando contra a manga preta encharcada de mel que ressurgia da jarra de cerâmica: uma borboleta arrebatadoramente linda.”
    “Ela repetiu o gesto mais duas vezes, e a cada vez uma nova criatura iridescente surgiu em sua manga, atraída pelo mel e pelo veludo. As asas batiam levemente – um azul intricado contra um laranja flamejante; ou dourado cercado por um branco esfumaçado; ou amarelo-esverdeado com vermelho sobre preto. Foi então que entrei em colapso, porque, mesmo num dia em que perseguição e prisão pareciam ter triunfado de uma vez por todas, eu soube que aquele era, na verdade, um momento de virada para melhor – o qual ia, em pouco tempo, mudar para a pior novamente, talvez um pior inimaginável, e depois, para a melhor mais uma vez, talvez um melhor insonhável – indefinidamente. Isabelle, minha querida amiga, estava sob a luz de um novo século.”

    Hudson, 1982


Lia e relia a caderneta diversas vezes procurando falhas no documento. Nada! Parecia perfeito. Original. Seu. Era incontestável. Aquela ortografia caprichada, os traços desenhados, a citação do sobrenome e, por fim, a assinatura. Testou num papel à parte sua caligrafia, que coincidia com a letra do papel antigo com cheiro de café. Surgiu-lhe uma sensação de estranhamento. Era seu o diário, só podia ser seu, até mesmo a escrita na língua francesa indicava posse do leitor, mas como poderia ele viver numa época tão passada tendo apenas vinte anos? E a tal de Isabelle, quem seria graciosa donzela a quem amava?

Perguntas ao vento, tolas como o indagador. Como podia ter tanta certeza de que o diário era seu e, ao mesmo tempo, duvidar de si mesmo. Hudson era seu nome do meio e eram poucas as pessoas que o conheciam. Outro nome curioso era “Didier”. Jake não tinha certeza, mas pelo sobrenome, Didier era membro próximo de sua família que morrera no ano de oitenta e dois. Infelizmente o nome não lhe refletia semelhança ou estranhamento algum. Prosseguiu movendo páginas e páginas de uma escrita impecável e fatos detalhados. Se for Jake quem o escrevia devia ter muito tempo livre na época. Um nome o perseguia ainda mais que os outros: Isabelle, a jovem formosa. A garota se fazia notar ao menos duas vezes por parágrafo, e quando não estava por perto, era citada. Parecia estonteante, uma garota de comportamento diferente das demais de hoje em dia. Prestou atenção também aos poucos diálogos do diário, a linguagem formal, comum na década de 80, mas não na atualidade. Mal notava o tempo que se passara enquanto percorria as páginas com os olhos, lambiscando detalhes aqui e ali. Nenhum fato lhe parecia familiar, era como assistir a vida de outro Jake dos bastidores e por fim, cansado, adormeceu.

Duas semanas se passaram antes de retomar sua leitura. Graças aos Deuses uma pausa! Desde que o garoto achara o diário não fazia outra coisa se não lê-lo. Começou a ver a própria vida passar diante dos olhos inchados. Recusava missões, passeios ao Olimpo e até os treinos eufóricos dos quais sempre adorara, só para ler o maldito caderninho. Havia em poucas páginas uma nota de rodapé que se repetia gradativamente: “Amando Isabelle cada dia mais.” Fechou os olhos como se quisesse que as órbitas girassem levando sua visão a caminho da própria mente e depois, seguido de um suspiro derrotado voltava sua atenção à caderneta. Faltavam apenas duas páginas amareladas para o fim do diário quando notou um símbolo no canto superior direito da penúltima página. Levou o diário à luz estendendo-o sobre seus olhos que curiosos encontraram algo um tanto peculiar. Era uma marca d’água no formato de um relógio sem ponteiros. Fitou a imagem instigante tentando se lembrar de onde havia visto aquele formato anteriormente. Jake petrificou, largando o diário quase que instantaneamente. O eco do caderno com capa de couro marrom não produziu som algum contra o piso de madeira do chalé, mas para Jake o impacto fora tão forte quanto uma batida de carro. POW!

Pulou para fora da cama cruzando o chalé com uma pressa devastadora. Quando chegou ao final do corredor escancarou as portas correntes do closet enfeitiçado – que parecia mais um cômodo extra do que um simples armário – indo até a última divisão do armário. Abriu todas as gavetas com olhar desesperado, à procura. Jake acalmou-se apenas ao encontrar um pequeno baú escuro. Tirou a chave dourada que guardava no bolso da calça e encaixou-a no buraco da fechadura, girando noventa graus a direita um “clic” se fez ouvir. Abriu delicadamente a caixinha avistando um colar dourado reluzente, confortável sobre uma pequena almofada de veludo vermelho. Lá estava em todo seu esplendor. A representação da imagem marcada no livro, lá, diante de seus olhos. A única ligação visível entre Jake e o diário. O Colar de Cronos.


tags: Didier Fitzpatrick e Isabelle. notes: Aqui vou postar a historinha da vida do Jake, acompanhem e deixem comentários. =)


credits: thaís from terra de ninguém 2.0 and aglomerado
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